O modelo econômico linear, baseado na lógica de “extrair, produzir, consumir e descartar”, já demonstra claros sinais de esgotamento. Durante muito tempo retiramos desenfreadamente recursos da natureza de acordo com as nossas grandes necessidades de produção e consumo. O sentido de progresso que atingimos até agora, entretanto, chega ao seu limite. Para comprovar tal afirmação, basta olhar para alguns dos inúmeros desafios enfrentados pela humanidade hoje: aumento da pobreza, escassez de água, mudanças climáticas, crescimento urbano desordenado e perda de biodiversidade.
Por isso é importante desenvolver um novo modelo econômico circular capaz de construir um sistema mais resiliente e que possa dialogar com os principais desafios do nosso presente e do nosso futuro. Essa nova economia deve ser restaurativa e regenerativa e dissociar o crescimento econômico e a prosperidade, da extração desenfreada de recursos naturais e do uso de materiais tóxicos nas atividades produtivas.
Desafios do mundo atual
Já imaginou um mundo sem recursos naturais e com as principais possibilidades de produção esgotadas? Este é o caminho em que o planeta segue sem a estratégia e implementação de uma Economia Circular.
Uma lógica linear de produção começa com a extração de recursos naturais e termina com o descarte do material produzido, distribuído e consumido. Os materiais se transformam em lixo, encerrando seu ciclo de vida.
Enquanto a população mundial cresce, o consumo continua aumentando. De acordo com um cálculo da Global Footprint Network, no ano de 2020 em menos de nove meses a população consumiu mais recursos naturais do que o planeta é capaz de regenerar durante o ano. A data que marca esse momento é conhecida como “Dia de Sobrecarga da Terra” e a cada ano tem se tornado mais precoce dentro do calendário.
Além do esgotamento dos recursos naturais, um dos grandes desafios mundiais hoje é a grande produção de resíduos tóxicos, que geram diversos problemas ambientais e também para a saúde da população. Também vale citar a lotação dos aterros sanitários e dos impactos ambientais e sociais dessas estruturas e de lixões a céu aberto, ainda presentes em áreas urbanas e rurais.
As cidades também enfrentam o ápice do desenvolvimento e de satisfação das necessidades dos cidadãos ainda no modelo econômico linear, o que reduz as possibilidades de um crescimento sustentável por conta de práticas que prejudicam o meio ambiente e reduzem a qualidade de vida, resultando em mais lixo, menos oportunidades, mais desperdício e cidades a beira do colapso.
Nesse contexto, a Economia Circular surge como uma alternativa, apresentando soluções sustentáveis, eficazes, inovadoras e capazes de gerar valor que se mantém ao longo do tempo.
Mas afinal, o que é Economia Circular?
A Economia Circular é um modelo econômico restaurativo e regenerativo, que cria valor sustentável de longo prazo, preservando e aprimorando o capital natural e gerando impactos econômicos e sociais positivos.
Pensar em um sistema cíclico e em fluxos renováveis é a maior tarefa desse modelo, uma vez que o produto final não termina no descarte e pode ser reaproveitado de diversas maneiras.
As diretrizes vão muito além de um item físico, sendo possível ter um sistema circular até mesmo dentro de empresas e indústrias que oferecem serviços. Nessa lógica, a inovação e a sustentabilidade andam juntas, na qual a vida útil do produto é prolongada e criando um novo ciclo após o consumo.
Esse é um modelo estratégico para a otimização dos recursos e da produção, promovendo ainda mais eficácia nos processos industriais e econômicos. Dessa forma, além de evitar descarte, é possível evitar diversos gastos através de estratégias circulares como o reparo, a remanufatura e o reuso, resultando em um sistema um sistema muito mais eficiente e resiliente.
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