Cultura negra: o futuro com as linhas do passado

Publicado em Sexta-feira, 25 de novembro de 2016

“Da vontade de preservar o passado e da necessidade de alinhavar o futuro, surgiu um projeto de empreendedorismo que transformou tradição em negócio.”

O projeto, que tem o mesmo nome da festa, quer consolidar as raízes da cultura negra e melhorar as perspectivas econômicas dos moradores, com geração de renda e ampliação de oportunidades para as mulheres da Rasa.

Elas uniram forças e talentos complementares e começaram a costurar, pintar, bordar e embalar bonecas de pano. Mulheres como a dona de casa Cintia dos Santos Pereira, de 28 anos, mãe de Sarah, de 8 anos, e Letícia, de apenas 3. Desde o início deste ano, ela passou a ser uma das integrantes da cooperativa, um trabalho que se encaixou em sua rotina de cuidar da casa e da família.

Depois de deixar a filha mais nova na creche, Cintia segue com a mãe Maria Cristina e a filha Sarah para a oficina de bonecas. Lá, outras dez mulheres com histórias semelhantes se encontram três manhãs por semana para começar a costurar um futuro diferente. Aos poucos, as encomendas começam a chegar e as bonecas ganham fama.

“No começo, chegamos a enfrentar certo preconceito com a cor das bonecas, até mesmo aqui na comunidade da Rasa. As pessoas não entendiam porque as bonecas precisavam ser negras, um total desconhecimento da nossa tradição. Mas elas são o nosso retrato, o nosso espelho. Eu sinto orgulho de quem eu sou, assim como quero que as minhas filhas também sintam”, conta Cintia, que planeja voltar a estudar para se formar psicóloga, assim que as filhas e as vendas das bonecas crescerem.

O projeto Batizado de Bonecas foi selecionado pela Enel com o auxílio da Rede de Relacionamento – uma iniciativa da companhia que promove diálogo constante com entidades e outros representantes locais em comunidades em que a companhia atua. Depois de indicadas pela Rede de Relacionamento da Enel em Búzios como um exemplo de projeto de empreendedorismo local, as empreendedoras passaram por uma etapa de qualificação para captarem investimentos por meio de crowdfunding – financiamento coletivo feito pela internet. Para cada real doado na ferramenta de financiamento coletivo, a Enel também doava um real, dobrando os recursos obtidos pelo projeto. Com a compra de maquinário de costura e matéria prima, a cooperativa já começa a produzir grande quantidade de produtos para a venda em feiras e eventos locais. 

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