Desafio Solar Brasil: movidos pelo Sol

Em cima de dois cascos, as placas de silício capturam a luz do sol. É ela quem vai produzir a energia que o Poraquê precisa para encarar até sete milhas mar adentro, na Orla Bardot, cartão postal de Búzios, no Rio de Janeiro. Poraquê é o nome do barco da equipe Leviatã e faz referência a um peixe elétrico, típico da Bacia do Amazonas. O batismo da embarcação foi a maneira que os jovens estudantes do curso de Engenharia Náutica, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), em Manaus, escolheram para valorizar suas raízes. Pela segunda vez, a turma viajou mais de 4 mil quilômetros para participar do Desafio Solar Brasil, uma competição de barcos movidos à energia solar, que é realizada anualmente na cidade que encantou a atriz francesa Brigitte Bardot.

Assim como o Poraquê, outras 20 embarcações enfeitaram a orla de Búzios em quatro dias de provas, esse ano. O dobro de barcos da primeira edição do evento, realizada em 2009, em Paraty, também no Rio de Janeiro. A ideia de realizar o Desafio Solar Brasil surgiu com a participação da equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em junho de 2008, na Frisian Solar Challenge, competição que acontece no norte da Holanda a cada dois anos. Na época, o Copacabana, barco projetado e construído pelos estudantes brasileiros completou as seis provas em quarto lugar da classe A e em sétimo lugar na classificação geral, entre 48 equipes europeias. O desempenho da equipe brasileira rendeu um prêmio de incentivo dos holandeses. De volta ao Brasil, o professor e coordenador da equipe, Fernando Amorim, decidiu criar a edição nacional do evento.

Estudante da UFRJ, na época, Ricardo Bogea foi um dos que abraçou a iniciativa. Naquele primeiro Desafio Solar, ele trabalhou no apoio operacional às embarcações. Três anos depois, após o falecimento do professor Fernando Amorim, ficou à frente do projeto o qual toca até hoje.