“Amo tocar porque sinto liberdade. Nunca pensei que fosse conseguir fazer uma coisa tão gostosa”
Admirando o mar a partir da Ponte dos Ingleses, um dos principais cartões postais da capital cearense, Sara Emyle fazia uma retrospectiva da sua ainda curta biografia:
“Eu entrei na banda da Escola de Música Chiquita Braga há um ano e, além de aprender a tocar um instrumento, aprendi a ter disciplina, força de vontade e conheci muitas coisas diferentes. Esse lugar em que eu vou me apresentar hoje é muito diferente de onde eu moro. Tem mar, prédios bonitos... Nunca imaginei tocar num local como esse”
Na última semana, durante o Festival Acordes do Amanhã, a música invadiu terminais de ônibus, calçadas, praias, parques e mercados de nove cidades brasileiras, no Ceará, Rio Grande do Sul e em Goiás. Quem saiu para trabalhar, para ir à feira ou estudar pôde se deparar com um coral, um grupo de cordas ou até mesmo uma orquestra completa. O festival transformou cenários até então rotineiros, valorizando a música popular brasileira e levando obras eruditas ao encontro do grande público.
Nem o sol forte, nem a chuva, que insistiu em cair durante alguns concertos, diminuiu o entusiasmo dos instrumentistas. Mais de 130 apresentações e mil artistas participaram do evento. Grande parte dos músicos integra grupos musicais que fazem parte da Plataforma Sinfonia do Amanhã, rede apoiada pela Enel que trabalha a educação artística como um poderoso instrumento de transformação social. Maria Eduarda, de 12 anos, cantou no Coral que encerrou o projeto em Fortaleza e mostrou-se emocionada com a oportunidade:
“Sou apaixonada por música. Ensaiamos muito até o dia do festival acontecer. É muito gratificante ver as pessoas pararem para nos ouvir”
Em sua primeira edição, o Festival Acordes do Amanhã promoveu a democratização do acesso à cultura e difundiu o talento artístico de jovens e adolescentes de diversas comunidades brasileiras.