- Nossas eletricistas contam trajetória de superação e sucesso dentro da profissão, majoritariamente ocupada por homens.
Era 1997 quando Marlene Ferreira Rodrigues Gomes se tornou eletricista - a primeira de Goiás - , conta, com orgulho. Ela começou a carreira na área antes, como auxiliar de eletricista, e hoje já soma 27 anos dedicados ao setor elétrico. Aos 47 anos, Marlene já percorreu Goiás inteiro subindo em poste e provando que as mulheres podem ser o que quiserem.
No início, Marlene ouvia muito - Você é mulher, não vai dar conta -, por isso, lembra que sempre precisou fazer esforços maiores que os dos homens para conseguir se posicionar. “A gente se desdobra no trabalho para provar nosso valor e, quando chegamos em casa, ainda assumimos outros papeis que nos são cobrados, de mãe, esposa e dona de casa.”
Para Cássia Helena do Carmo Gontijo Silva a história não foi diferente. Ela conta que sua maior vitória na profissão foi quando descobriu que não precisava provar sua capacidade o tempo todo. “Meus colegas e chefes sabiam da minha competência, mas eu ainda me cobrava. Quando finalmente me dei conta do meu valor, foi uma libertação, uma conquista. As nossas diferenças nos fazem fortes. Eu ser diferente não significa que eu não possa ter o mesmo espaço”, reflete.
Cássia iniciou sua carreira em Minas Gerais, seu Estado natal. Começou a trabalhar em casa de família aos 12 anos e dava aula de reforço para os netos da patroa e colegas. Depois trabalhou em uma torneadora e em uma auto peças, quando em 2004 veio atuar como eletricista em Goiás, aos 22 anos de idade. “Lembro uma vez que estava no poste e meu colega ficou no chão. Uma senhora passou e deu bronca nele, onde já se viu deixar a mulher subir no poste e ele ficar embaixo sem fazer nada.”
Sucesso
Casada e com um casal de filhos, Marlene conta que nunca deixou os preconceitos a abalarem, pelo contrário. “Sempre transformei em força. Fiz curso de eletrotécnica e ciências da computação para trabalhar com digitalização de rede. Muitos falavam que mulher não sabia pilotar computador, sabia pilotar fogão, mas eu não ligava. Com a chegada da Enel, fui promovida a analista sênior e agora trabalho com cadastramento de rede de média e baixa tensão”, conta.
Também casada e com um casal de filhos, Cássia teve trajetória parecida. Fez curso de eletrotécnica e gestão de segurança. Com a chegada da Enel em Goiás, foi promovida a analista pleno de operação e hoje, aos 38 anos, coordena as equipes que inspecionam perdas na rede elétrica. “É um desafio diferente estar na gestão, não no campo. De qualquer modo, eu amo ser mulher, amo ser mãe e amo minha profissão”, afirma.
Para as mulheres que estão entrando agora no mercado de trabalho e especialmente aquelas que querem seguir em carreiras historicamente masculinas, Marlene adverte: “o céu é o limite! Não tenham medo, não temos que ter limitação, quem põe o limite somos nós mesmas”. Já Cássia recomenda coragem. “Não se intimidem. Ainda há muitas barreiras para vencer, mas somos fortes. Nossas diferenças são o nosso ponto forte”, finaliza.
Igualdade
Marlene e Cássia são exemplos de mulheres que têm encontrado sucesso na Enel em posições que são normalmente atribuídas a homens. Para transformar essa situação, hoje as mulheres são prioridade: sucessão de mulheres dentro do Grupo Enel é uma política interna, explica a responsável de Recrutamento e Seleção e Marca Empregadora da Enel Brasil, Patricia Garcia. "Recentemente estabelecemos uma meta interna de aumentar o número de mulheres identificadas como potenciais sucessoras para as posições de liderança e gestão, tendo pelo menos uma colaboradora mapeada para cada posição. Além disso, temos uma meta voltada ao impulsionamento da participação de mulheres nos processos seletivos da companhia, de termos pelo menos 50% de participação feminina na última fase do processo.”
O Grupo Enel assumiu publicamente o compromisso de impulsionar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, incluindo o ODS 5, sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino. O ODS 5 tem como uma das metas garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública. Desse modo, a companhia estabeleceu como meta interna ter pelo menos 50% de participação feminina na etapa final de todos os processos seletivos da empresa até 2021. Em 2020, essa meta era de 46%, ultrapassada no Brasil, que atingiu o percentual de 48%. Aumentar o número de colaboradoras em cargos de gestão e sensibilizar estudantes meninas e mulheres a seguirem carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática também compõem as ações em apoio a esta agenda.