“Estamos paradas em termo de vendas. Na minha área, não tem público neste momento. Desde que a gente fechou, não tivemos mais venda. ”
Agora, diante dessa nova realidade, as artesãs se adaptaram e têm atuado na produção dessas máscaras, participando de aulas on-line entre outras atividades que vêm sendo realizadas pelo projeto.
A mensagem de reinvenção que as máscaras trazem nasceu não só da veia empreendedora, mas também do carinho e da paixão que essas mulheres têm pelas pessoas. A produção de máscaras foi a forma que os grupos encontraram para diminuir o impacto financeiro e colaborar para a sociedade.
“Eu tenho muito prazer em ensinar tudo aquilo que eu aprendo. As atividades que eu realizava junto com as comunidades era um motivo de muita alegria e realização. É como se você estivesse completando seu ciclo de vida: você aprende, repassa e deixa algo de importante para aquelas pessoas.”
Com toda a produção de mais de 13 mil máscaras já adquiridas para o projeto de doação às instituições que atendem pessoas de grupo de risco e às comunidades, essas mulheres organizaram-se para, apesar das dificuldades na aquisição e recebimento dos materiais, dividir os tecidos e continuar sua operação de forma segura, numa cadência intensa e constante.
“A nossa rotina mudou totalmente. Antes, as meninas trabalhavam oito horas nas oficinas. Agora, é uma luta conseguir o tecido e ainda temos de retirá-lo, porque a transportadora não traz mais. Aí, levamos esse tecido na casa das costureiras. Hoje, toda equipe trabalha de máscaras e quem recebe o produto usa luvas. As máscaras também são desinfetadas pelo IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares).”
As artesãs Carlleara Monteiro (RJ), Maria Eurilene (CE) e Suéli do Socorro (SP) apesar de viverem em estados diferentes e não se conhecerem, materializam em si atributos que nos fazem entender o sucesso dos grupos produtivos. Elas encaram esse período como uma oportunidade de transformação e desenvolvimento, e se inspiram a continuar, mesmo com as dificuldades enfrentadas. Todas carregam no peito a certeza de que as pessoas sairão desse cenário mais unidas, resilientes e amorosas.
“O que fica dessa situação é a solidariedade, acreditar mais nas pessoas, darmos o nosso melhor. Tínhamos tantos planos para este ano e, de repente, tudo mudou de uma hora para outra, mas tenho certeza de que sairemos muito melhor do que entramos.”
E essa certeza vem acompanhada de sonhos e desejos, que antes eram simples, mas hoje não podem ser realizados, como se reunir com as colegas da igreja, passear pela comunidade que tanto ajudam, dar uma volta na praia e encontrar a família, cujos encontros acontecem apenas por trás das telas dos celulares.
“Quando tudo isso passar a primeira coisa que eu vou fazer é juntar com minhas irmãs da igreja, pois é o que mais tem me feito falta. E depois estar na comunidade, lá tem meu segundo povo, minha segunda casa.”
As artesãs dos grupos produtivos que fazem parte do Enel Compartilha Empreendedorismo reforçam a importância de aliar a sustentabilidade e a inovação aos negócios, e são a prova de que ter as pessoas no centro de todas as decisões é o que nos permitirá passar por tudo isso da melhor forma.
“Nós, mulheres, sempre damos um jeitinho de transformar as situações, de deixar as coisas mais leves. As pessoas devem ter esperança, dias melhores virão, mas precisamos cuidar uns dos outros.”
Conheça parte desse projeto e inspire-se com a dedicação e força dessas mulheres.
Sobre o Enel Compartilha Empreendedorismo
O projeto Enel Compartilha Empreendedorismo, promovido pela Enel Brasil, busca engajar as comunidades inseridas nas áreas de concessão em que a empresa atua no Brasil, de forma a criar valor compartilhado, promover o empreendedorismo e transformar esses espaços positivamente. Utilizando a metodologia de Criação de Valor Compartilhado, a iniciativa engloba uma série de ações voltadas ao empoderamento local. Uma delas incentiva a formação de redes e associações produtivas comunitárias, que passam a contar com apoio da empresa na qualificação de seus produtos, na criação de canais de venda, na formação para gestão e desenvolvimento de mercado e no possível aporte de estrutura e insumos. O programa também promove a economia circular, contribuindo para a inclusão social, o empoderamento feminino e a geração de renda às comunidades – e o trabalho justo, colaborativo e sustentável como fonte criadora de valor compartilhado.