“Cuba é que como o Brasil, uma mistura de raças. Mesmo assim, quando comecei a estudar aqui me senti insegura, pois na escola quando eu precisava falar em público, as pessoas começavam a rir.”
As dificuldades da família aumentaram quando o pai de Diana precisou buscar o Revalida (um exame nacional aplicado a médicos que possuem diplomas de instituições de fora do país) para poder seguir exercendo a profissão no Brasil. Diana precisou sustentar a família por um período. Trabalhava como frentista em um posto de gasolina, sem horário fixo para entrar nem para sair, o que acabou atrapalhando os estudos. Foi neste posto, na cidade de Corrente, que um encontro casual deu início à grande virada na vida de Diana.
Corrente é uma pequena cidade no extremo sul do Piauí, a mais de 800 km da capital Teresina, numa região com forte vocação para a geração de energia solar. Naquele posto de estrada em Corrente, o poder transformador da energia renovável – que gera oportunidades de desenvolvimento social e econômico em regiões remotas do Nordeste – encontrou a energia do otimismo, que Diana sempre carregou, mesmo nos períodos difíceis. Lá, a jovem teve seu primeiro contato com um time que circulava a cidade trajando uniformes azuis, o time de Operação e Manutenção (O&M) da Enel Green Power, que construiu e opera na região o parque solar São Gonçalo, maior parque solar da América do Sul e que está passando por uma expansão de 256 MW, cujas obras começaram em 2020.
“Eu lembro como se fosse hoje. Cheguei no posto, ela olhou para o uniforme com o símbolo da enel, e disse: “Eu vou trabalhar com você, na Enel”. Quando isso aconteceu foi uma surpresa muito grata”
Em Setembro de 2019, Diana iniciou sua jornada de qualificação para trabalhar no parque por meio de um curso realizado em parceria entre a EGP e a Soltec. Após esse periodo, a jovem teve o primeiro contato com o parque São Gonçalo trabalhando para essa parceira durante a fase de construção e logo em seguida, foi uma das escolhidas no processo de seleção realizado pela EGP para a contratação de mão de obra própria que ofereceu oportunidades de emprego e qualificação profissional para 19 pessoas que vivem na região, para atuarem na equipe de operação e manutenção do parque solar. A determinação de Diana garantiu a ela uma das vagas e renovou suas energias. Hoje, a jovem pode retribuir todo o esforço dos pais na sua educação e na vinda ao Brasil.
Diana trabalha atualmente como Técnica de Manutenção e sente-se abraçada pela diversidade da equipe, o que permite que ela também tenha contato com pessoas de outros países.
“Aqui na equipe, tanto os homens quanto as mulheres me induzem a ser melhor a cada dia. Na planta solar só eu sou cubana, mas temos italianos, espanhóis e bolivianos. Pessoas que conversam e interagem. Antes eu me sentia afastada do mundo por ser cubana.”
A atividade principal de Diana é supervisionar o sistema de monitoramento dos trackers, equipamentos que permitem que os painéis solares se movimentem para acompanhar a luz do sol e gerar energia da forma mais eficiente possível.
Além das boas surpresas na rotina de trabalho, a jovem conta que se surpreendeu ao ver que, assim como ela, a empresa pratica a sustentabilidade e o pensamento circular, buscando reutilizar ou dar novos significados aos resíduos e ativos que já não servem mais para a operação do parque e reforça que, assim que a pandemia passar, irá liderar um projeto de Economia Circular na empresa, desenvolvendo alguma ação que gere valor não só para a sua atividade, mas para as crianças da comunidade onde ela vive.
“É uma coisa que vejo que a Enel faz, te ensinar a ser uma pessoa que visa o que você tem e o que fazer com o que já foi utilizado”
Diana também enxerga hoje na sua profissão um paralelo com o trabalho do pai, sua maior inspiração. Assim como os médicos, acredita que contribui diretamente para o bem das pessoas, mas usando a força da natureza para criar um futuro melhor.
“O que eu mais gosto no meu trabalho, além dos meus colegas, é o aprendizado. Hoje, com tanto desperdício, com tanto desmatamento, a gente pode reutilizar o que já existe na natureza e transformar em uma coisa boa, que é o que fazemos. Nós usamos o sol para levar energia para as casas, para as cidades. ”
O otimismo de Diana, inesgotável com o sol, é hoje parte da nossa missão de liderar uma transição energética justa, para criar um futuro inovador, sustentável e circular.