Com o apoio da Enel Distribuição Rio, a iniciativa capacita jovens negros em áreas de games e tecnologia, ampliando oportunidades de carreira e promovendo a inclusão digital
No Dia da Consciência Negra, destacamos o impacto da DiversiGames, uma empresa de impacto social que promove letramento digital e acesso à cultura gamer para grupos minorizados, incluindo crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e econômica, moradores de favelas, pessoas com deficiência (PcD), negros e LGBTQIAPN+. Com atuação no Rio de Janeiro e Niterói, a iniciativa cria oportunidades de trabalho nas áreas de tecnologia e games.
O que a DiversiGames faz pelos jovens negros da periferia?
Além de capacitar, a DiversiGames visa transformar vidas, dando oportunidades de trabalho aos jovens periféricos, inclusive dentro do projeto, promovendo inclusão e igualdade. Entre as pessoas que tiveram suas vidas transformadas, está Márcio dos Santos Correa, de 26 anos, conhecido carinhosamente pela turma como Jamela.
Nascido e criado no Engenho da Rainha, no Rio de Janeiro, Jamela começou sua carreira como narrador de partidas de e-games. Hoje, além de embaixador do DiversiGames, é professor de criação de conteúdo dentro do projeto social.
Apaixonado pelo universo gamer desde pequeno, Jamela sempre quis seguir nessa caminhada. Quando se formou no colégio, encontrou uma triste realidade: “mesmo já conhecendo o mercado de esportes embrionário que existia em 2015, entendi que eu não tinha espaço naquele mercado. Fosse como youtuber, streamer ou jogador, porque eu não via pessoas como eu”, diz.
Vidas em mudança e um efeito dominó
Jamela começou sua trajetória como jogador de games, mas tudo mudou em 2017, quando foi convidado para transmitir um jogo universitário ao vivo. Com mais de 200 espectadores, sua performance chamou a atenção do coordenador de e-sports do AfroGames, especialmente após narrar a final da Liga Universitária Carioca (LUCA). Em 2021, Jamela deu um novo passo em sua carreira, começando a dar aulas do jogo League of Legends (game de estratégia famoso e jogado em equipe) e se consolidar como narrador de campeonatos de games.
De lá para cá, não parou mais. Na DiversiGames, onde é professor, encontrou um espaço onde esse conhecimento era valorizado. E foi entender isso de verdade quando uma mãe o agradeceu por ser um exemplo para seu filho. “Ela chegou para mim e falou, “poxa, muito obrigada por ser professor do meu filho”. E eu falei, “não, eu que agradeço, é um prazer”. Ela disse: “Não, você não está entendendo. Obrigado por você ser o professor do meu filho, por você ser parecido com ele e ele ter a oportunidade de chegar em casa e falar sobre você, porque você é diferente dos outros professores que ele tem, por ser um cara preto, que fala do jeito que ele entende.”
A DiversiGames rompeu as barreiras geográficas
Em março deste ano, Jamela viajou para Austin, no Texas (Estados Unidos), para representar – e apresentar para o mundo – o DiversiGames no South by Southwest 2024 (SXSW 2024), evento onde teve oportunidade de palestrar.
Assim como ele, Maria Luiza dos Santos Souza tem alçado voos distantes. Mais conhecida como Malu ou Maluzzita nos torneios de e-sports, ela cresceu na comunidade da Vila do João, no Complexo da Maré (RJ). Jogadora profissional e Embaixadora da DiversiGames, ela fez história ao se tornar a primeira brasileira a conquistar o primeiro lugar no torneio de e-sports da modalidade Skate XL (que simula manobras radicais no ambiente virtual) , realizado durante o World Skate Games deste ano, em Roma, Itália.
“A gente está falando de uma menina da comunidade da Maré, uma jovem negra que cresceu sem a presença do pai, enfrentou problemas com depressão e autoestima. Graças aos jogos, ela encontrou seu espaço, uma comunidade que realmente a acolheu. Na DiversiGames, não demorou para ela se tornar embaixadora e começar a compartilhar suas histórias com a galera”, explica Jamela, todo orgulhoso.
Feliz pela caminhada de Manu, Jamela lembra que estamos falando de alguém que há poucos anos passava por problemas de depressão e um sentimento de não pertencimento. “Três, quatro anos depois, essa pessoa atingiu o topo do mundo numa modalidade esportiva. Se essa história não marca vocês, fiquem tranquilos, porque ela vai me marcar para o resto da vida”, conclui.
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