
Participantes relataram diversas melhorias em suas vidas após o Hortas em Rede, como na disposição física
Simpósio reúne governo, sociedade civil e agricultores
Em novembro, a Enel promoveu o Simpósio Hortas em Rede, reunindo representantes dos Ministérios de Minas e Energia, Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social, além de especialistas, organizações da sociedade civil e agricultores. O evento debateu os avanços e desafios da agricultura urbana e periurbana como ferramenta de transformação social.
Durante o encontro, foi lançado o Relato de Impacto do projeto, realizado pelo Pé de Feijão, Baanko e Enel. Os dados mostram resultados expressivos das 50 hortas ativas e 75 agricultores cadastrados.
Veja os números:
100% relataram melhora na disposição física
93,6% perceberam benefícios à saúde por conta dos alimentos frescos
85,2% destacaram maior integração comunitária
74,1% registraram economia doméstica
66,7% notaram aumento na diversidade da fauna local
Para Guilherme Lencastre, presidente da Enel Distribuição São Paulo, “o Hortas em Rede é mais do que um projeto de agricultura urbana. É uma transformação social que impacta a vida de milhares de pessoas. Estamos orgulhosos dos resultados alcançados e queremos expandir essa iniciativa para outras regiões do país.”
Com as mãos na terra e o olhar no futuro, o Hortas em Rede mostra que cultivar alimentos também é cultivar cidadania, dignidade e novas possibilidades para as pessoas.
Confira a história do projeto!
Os 15 anos de amor à terra de dona Sebastiana
Dona Sebastiana é agricultora em São Mateus, Zona Leste de São Paulo. Ela esbanja vitalidade e bom humor no trabalho com sua família. E além de verduras, oferece um sorriso cativante e boas histórias aos seus fregueses.

Dona Sebastiana transformou área que servia como lixão em plantação
Qual é a importância do projeto para a senhora?
Essa horta é a minha vida. Estou aqui há 15 anos. Quando cheguei, o local era apenas um chão de terra batida, tomado pelo mato alto. Quando viemos conhecer, gostamos da terra. Nosso objetivo sempre foi cultivar sem o uso de produtos químicos, porque essa terra fica em uma região de mananciais. Queríamos preservar a água e, ao mesmo tempo, oferecer um alimento saudável para quem compra nossos produtos.
Como começou a história dessa horta?
Antes, essa área era usada como lixão. Foi quando o projeto começou. Eu e meu marido abraçamos a luta. Fomos, aos poucos, transformando o lugar. Um pequeno canteiro aqui, outro ali, dia após dia, até que nossa horta começou a tomar forma.
A senhora já havia trabalhado com agricultura familiar antes?
Meu marido e eu viemos de Pernambuco. Ele cresceu na roça. Mas, quando chegamos aqui, tivemos que aprender a lidar com as hortaliças, porque o trabalho em lavoura é bem diferente. Também aprendemos a fazer compostagem, reaproveitando tudo que fosse possível.
Quantas pessoas ajudam no plantio da sua horta?
No começo, éramos só meu marido e eu. Quando começamos a vender os produtos, passamos a contratar trabalhadores alguns dias da semana. No início, eram duas ou três pessoas, mas a produção foi crescendo.
Com o tempo, as vendas também aumentaram, e eu ajudava em tudo – do plantio à comercialização. Meu marido liderava o trabalho no campo, mas, infelizmente, ele faleceu há sete anos. Mesmo assim, continuei com o projeto. Não podia deixar tudo que construímos para trás. E assim seguimos, com a comunidade e as pessoas que acreditam nesse trabalho.
Leia também: Como fazer a troca de titularidade da sua conta de luz